Tendências para o agronegócio para 2023

O agronegócio continuará firme e forte no Brasil em 2023. Inclusive, os produtos agrícolas chegaram a mais de 200 novos mercados em todo planeta nos últimos três anos. Essa informação foi fornecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Mesmo com o bom desempenho do agronegócio, é possível baratear a produção e elevar ainda mais a qualidade dos ingredientes. Por exemplo, o desperdício em algumas etapas da cadeia produtiva pode elevar os gastos com o agronegócio. 

Já parou para pensar nisso? Caso esse problema seja combatido, o valor recuperado pode ser investido em ações estratégicas para potencializar ainda mais o agronegócio. Afinal, o desperdício não é benéfico para ninguém e pesa no bolso das pessoas. Logo, uma das tendências para o agronegócio em 2023 é rever os processos para minimizar as perdas.

Então, quer saber mais sobre esta e outras tendências para o agronegócio em 2023? Continue a leitura e fique por dentro!

Novas tecnologias

A tecnologia deve ser usada com ainda mais intensidade no agronegócio e em 2023. Isto é, após a pandemia da covid-19, houve uma intensificação na transformação digital em vários setores. A produção rural foi um deles e no próximo ano, ela deve aprofundar o uso tecnológico. Confira alguns exemplos de uso!

Drones

No cultivo, colheita e produção agrícola existem recursos tecnológicos que visam reduzir desperdícios e ampliar o potencial dos alimentos. É o caso dos drones, que acompanham especificações territoriais, como forma, dimensão e localização de um terreno.

Esses dados coletados contribuem para a Agricultura de Precisão, sistema de gerenciamento aliado na obtenção da máxima produtividade e eficiência agrícola. Essa contribuição é explicada porque a tomada de decisões estratégicas na cadeia produtiva passa a ter mais embasamento. 

Isto é, os drones registram e fornecem informações. Mas, além disso, algumas versões também fazem aplicação de biológicos e químicos na plantação. Tudo isso com o apoio de imagens de alta resolução, para uma melhor avaliação das demandas existentes e técnicas mais recomendadas.

Logo, existe mais eficiência no controle de pragas e outras doenças que elevam o custo dos produtos agrícolas. E ainda, essa funcionalidade também reduz gastos dos produtores rurais, principalmente por evitar o uso desnecessário de defensivos agrícolas.

Sensores

Outro uso tecnológico que deve se tornar ainda mais frequente no agronegócio em 2023 é o de sensores. Eles efetuam o monitoramento de várias etapas da cadeia produtiva. Muitas vezes, essas informações são imperceptíveis a olho nu. Isso dificulta a mensuração das particularidades de uma produção. Outro ponto positivo dos sensores é cobrir grandes áreas.

Digitalização de lojas físicas

Os estabelecimentos que comercializam produtos agrícolas também devem aproveitar ainda mais os recursos tecnológicos para se posicionarem digitalmente. Por exemplo, os mercados podem criar e-commerce mais intuitivos e práticos para facilitar a seleção e a compra de alimentos, satisfazendo a clientela. 

Além disso, alguns e-commerces também possibilitam que o público escolha os produtos disponíveis antes mesmo da colheita. Então, após a confirmação do pedido, a empresa providencia o recolhimento dos produtos agrícolas, o que reduz desperdícios.

Softwares de gestão

Essa tecnologia é útil para organizar toda a cadeia produtiva do agronegócio, como plantio e colheita, por exemplo. Os softwares de gestão funcionam ao analisar e integrar dados do setor rural. Estes servem para tomada de decisão e desenvolvimento estratégico.

A explicação é que os produtores rurais conseguem ter uma visão mais abrangente do negócio. Então, é mais fácil entender o que deve ser feito no dia a dia para aumentar os resultados da produção.

Novos formatos de crédito

Para haver um maior crescimento do agronegócio no país, as linhas de crédito devem ser ainda mais incentivadas em 2023. Isto é, o Plano Safra 2022/2023, anunciado pelo Governo Federal, disponibilizou até R$340 bilhões para apoiar o segmento. Esse valor representa um aumento de 36%, comparado ao último ano.

Inclusive, pequenos produtores devem ter recursos disponibilizados pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) no total de R$ 53,61. Práticas sustentáveis e inovadoras também serão estimuladas pelo Plano Safra 2022/2023. Assim, parte do crédito fornecido pode servir para recuperar áreas e pastagens degradadas, por exemplo. 

Isso pode ocorrer com a adoção de recursos tecnológicos, como os mencionados drones e sistemas de monitoramento. Seja qual for a escolha, esse investimento sinaliza o interesse do Estado em expandir o agronegócio e o desenvolvimento sustentável. 

Gestão de transporte

Você já entendeu que a redução de desperdícios no agronegócio será uma das prioridades para 2023. Essa é uma das razões para que a gestão de transporte se torne tão importante. Afinal, mais da metade dos alimentos transportados por caminhões e trens são perdidos no trajeto, segundo a Embrapa. 

Isso porque parte da produção também pode ficar parada nos transportes e no armazenamento distribuidor. Diante desse contexto, a gestão de transporte deve rever processos de colheita e carregamento dos itens.

Uma maneira de fazer isso é ao pensar no maior investimento em infraestrutura rodoviária. Isso porque, por maior que seja o destaque do Brasil no agronegócio, as condições das estradas de outros países, como EUA e China, são superiores.

Um exemplo de como o Brasil começar a investir nisso para otimizar a gestão de transporte é o desenvolvimento da Nova Ferroeste. Trata-se de uma ferrovia de 1.567 km com ligação entre Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. 

As ferrovias são alternativas mais econômicas e eficazes de transporte dos produtos agrícolas. Então, elas podem ajudar na redução de custos logísticos, além de evitar desperdícios. O investimento em transporte aquaviário também é uma opção para movimentar cargas em grande volume e com mais economia.

Gestão de pessoas

A gestão de pessoas é uma área que administra e auxilia na evolução das pessoas em uma corporação. Isto é, o agronegócio requer controle, metas, previsibilidade, estratégia e várias outras técnicas. Afinal, existem diversas variáveis que podem impactar os resultados do setor.

Logo, gerenciar o capital humano de empresas que atuam com o agronegócio é essencial e ainda mais recomendado em 2023. Esse tipo de gestão é voltado para estimular o desenvolvimento de conhecimentos, atitudes e habilidades. 

Desse modo, é mais fácil construir um ambiente de trabalho saudável e com motivação. Acompanhe algumas maneiras de como colocar isso em prática!

Identificar necessidades de desenvolvimento

Nesta etapa, devem ser observadas as lacunas da empresa para definir o que fazer a curto, médio e longo prazo. Junto com isso, é preciso mapear o que cada colaborador almeja para a carreira. Assim, a gestão de pessoas também pode criar um plano de crescimento individual, muito útil para motivação de cada um. 

Definir a metodologias e ferramentas adequadas

A cautelosa seleção de metodologias e ferramentas é útil para que os colaboradores se desenvolvam. Então, entre as opções, é possível considerar gamificação, programas de mentoria, incentivos à leitura, reuniões de feedback etc. 

Engajar e motivar colaboradores

É importante apresentar aos profissionais da empresa a jornada de crescimento de cada um e os benefícios dela para o colaborador e o negócio. 

Acompanhar os resultados

Verifique o que tem funcionado e o que pode necessitar de ajustes na gestão de pessoas. Essa é uma maneira de certificar-se que o plano de ação trouxe resultados positivos. Caso contrário, é o momento de implementar mudanças.

Agricultura sustentável

Outra demanda que deve ser ainda mais solicitada em 2023 é a da sustentabilidade. Isso porque as mudanças climáticas impactam o mercado de produtos agrícolas. É o caso da permanência do La Niña, contribuindo para aparecem chuvas intensas em algumas regiões e secas em outras.

Essa e outras alterações no meio ambiente tendem a afetar solo, ar e água. Então, adote posturas mais sustentáveis no agronegócio, para minimizar as implicações climáticas e elevar o potencial produtivo do país.

Isto é, a previsão é de que 17% da produção agrícola mundial seja reduzida até 2050, segundo a WRI Brasil. Diante disso, a agricultura sustentável entra para potencializar a produção de alimentos e minimizar impactos ambientais. Assim, conheça algumas práticas que podem ser adotadas por ela!

Controle biológico

O controle de pragas agrícolas, como ervas daninhas e outras doenças que afetam a plantação, pode elevar a qualidade da plantação. É possível alcançar esse objetivo sustentavelmente como ao usar fungos, vírus e bactérias benéficas para o combate.

Agricultura de Precisão (AP)

Esse tipo de gerenciamento agrícola, já citado, é aliado da sustentabilidade por também usar recursos tecnológicos na redução de impactos ambientais. Por exemplo, a AP consegue analisar com profundidade as condições da lavoura de uma safra de um período para outro. Desse modo, é possível tomar decisões mais precisas, ágeis e com menos custo.

Sistema de Plantio Direto

Essa técnica eleva a rentabilidade do sistema agrícola ao garantir que características físicas, químicas e biológicas do solo sejam preservadas. Assim, a qualidade do solo é melhorada, já que houve redução de erosão e doses de fertilizantes. E ainda, existe um menor impacto da chuva sobre a região, por não ter sido exposta.

Sistemas agrícolas alternativos

A sustentabilidade é aplicada ao contar com técnicas que fortalecem o uso de relações biológicas e a preservação do solo. Entre elas, a agricultura orgânica, que dispensa fertilizantes, defensivos químicos e adubos.

Outra opção de sistemas agrícolas alternativos é a agrofloresta. Este conceito enxerga a propriedade rural como um espaço de integração entre floresta e agricultura. Logo, a propriedade deve ser valorizada, conforme a sua potencialidade. 

Manejo Integrado de Pragas (MIP)

Essa técnica busca controlar a presença de pragas nos produtos agrícolas ao monitorar a cultura existente. Então, ela consegue identificar quais são os tipos de pragas e o que poderia ser usado para controlá-las. Dessa maneira, o método de combate é muito mais acertado.

Energias renováveis

Existem diversas fontes de energia renovável que podem minimizar a dependência de outras, como as hidrelétricas. Estas podem alagar grandes áreas, deslocar populações ribeirinhas, levar a extinção de espécies, remover a mata ciliar etc.

Sendo assim, em 2023 deve ser cada vez mais frequente o uso de energias renováveis no agronegócio. Entre elas, eólica, solar e outras. Elas são bem-vindas por serem menos nocivas ao meio ambiente e por proporcionar maior economia na produção a médio e longo prazo.

Produtos orgânicos

A redução ou a eliminação de aditivos químicos nos produtos agrícolas tem sido cada vez mais requisitada pelo público. Isso porque os consumidores crescentemente se conscientizam dos impactos deles na saúde humana e no meio ambiente. 

Como alternativa para satisfazer essa demanda, surgem os produtos orgânicos. Estes usam pesticidas naturais para combater pragas e outras doenças nas lavouras. Além disso, essa opção também aumenta os nutrientes e o sabor dos alimentos.

Gestão de armazenamento e estoque

A gestão de armazenamento e estoque evita que produtos agrícolas mais populares fiquem em falta. Outro ponto positivo é dificultar com que os menos requisitados se percam pela falta de aquisição dos consumidores. Por essa razão, esse gerenciamento consiste em outra tendência que deve ser ainda mais incentivada em 2023.

No caso do agronegócio, a gestão de armazenamento e estoque pode ser ainda mais importante, devido à sazonalidade da produção. Em outras palavras, nem todos os produtos têm um bom desenvolvimento o ano todo. Da mesma forma, os campos podem passar por períodos de estiagem, que não favorecem o plantio.

Diante desse contexto, é importante que o armazenamento se planeje para, garantir o abastecimento em diferentes épocas do ano. Assim, é possível evitar prejuízos, perdas de volume e oportunidades de venda, além de desperdícios.

Muitas vezes, isso significa investir em tanques e silos com boa estrutura para o armazenamento dos produtos. Junto com isso, é importante ter um cronograma bem definido para programar a entrega dos insumos. Logo, a confiança na parceria com os compradores não será comprometida pelo atraso.

Então, entendeu quais são as principais tendências do agronegócio para 2023? Elas surgem pelas principais demandas da clientela, como maior alinhamento com sustentabilidade e redução de desperdícios. Então, ficar por dentro do assunto ajuda o seu negócio a descobrir o que pode fazer para acompanhar as exigências do público.

Quer aproveitar a visita para se atualizar ainda mais no assunto? Acesse nosso post sobre monitoramento de produção de grãos!